segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Carta aberta a um cúmplice

Recebido de JGS

Caro Eduardo Ferro Rodrigues. Recentemente afirmou numa entrevista que os últimos quatro anos foram uma “legislatura histórica” para a democracia e para Portugal.

A verdade é que concordo. Uma “legislatura histórica” onde quase todos os partidos aprovaram pela calada uma vergonhosa Lei de Financiamento de Partidos. Lei que terminava com os limites de donativos e devolveria na totalidade o IVA para todas as despesas partidárias.

Uma “legislatura histórica” onde mais de metade dos 230 deputados apresentaram declarações falsas de residência para poderem duplicar os salários em milhares de euros com ajudas de custo pagas pelos portugueses.

Uma “legislatura histórica” onde o Presidente da Assembleia da República, você (pejorativo), teve o desplante de normalizar o abuso dos subsídios de deslocação de alguns deputados e permitir, como nunca antes visto, um processo de falsificação de presenças de vários deputados eleitos.

Uma “legislatura histórica” que fechou os olhos a um escândalo de nepotismo no governo, com a nomeação de mais de meia centena de filhos e filhas, maridos e mulheres, tios e sobrinhos, para o cargos ministeriais ou de gabinete.

Uma “legislatura histórica” que falhou na fiscalização e permitiu os desvio de milhões de euros de fundos destinados a vítimas dos incêndios.

Uma “legislatura histórica” onde por várias vezes, grandes empresários e Ex-banqueiros foram para as comissões de inquérito rir-se na cara dos portugueses e evocar falta de memória pelos crimes e abusos que cometeram.

Os últimos quatro anos foram uma legislatura histórica, da qual foi cúmplice na totalidade.

- Histórica porque nunca antes o sentimento de impunidade e completo desprezo pelos portugueses esteve tão presente.

- Histórica porque falamos mais sobre os políticos, sonhos molhados de maiorias absolutas e lutas internas, do que sobre os eleitores e os seus problemas.

- Histórica porque normalizou a podridão de um sistema que se serve apenas a si próprio, na ilusão de que ninguém está a ver.

Esta é a vossa história. Deviam ter vergonha.

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