segunda-feira, 6 de junho de 2022

Amnistia resgata refugiadas ucranianas por suspeitas de exploração laboral.

Em causa estão suspeitas de exploração de duas ucranianas e mais imigrantes numa fábrica no centro do país. PJ investiga casos de exploração laboral e sexual, ACT sem registo de abusos

“O horror era que
estávamos com
uma criança
pequena. Eles não
queriam saber
se estávamos num
país estrangeiro
sem saber a língua” Refugiada ucraniana

“Má-fé e dolo, diz Amnistia
Ao fim de cinco dias de trabalho, mandaram G. para casa por causa de um surto de Covid entre os trabalhadores.
Entretanto, ela não regressaria mais à fábrica. Através de uma amiga, conseguiu chegar à Amnistia Internacional, que resgatou a família, apoiou no alojamento e na sua deslocação para outras cidades. A AI diz que assistiu a conversas da tal cidadã ucraniana intermediária a insultar G. e a filha.
Relata ainda que segundo a sua tradutora, ela dizia que tinha gasto imenso dinheiro para as trazer e que “elas só queriam era viver à custa dos outros”.
Acusava-as ainda de virem para Portugal “viver do trabalho dos outros”.
Sobre o trabalho extraordinário, dizia que “era normal em todas as empresas terem de fazer horas extras”.
A AI entendeu assim que havia “credíveis e fundadas suspeitas, bem como fortes indícios de que se trata
de um caso em que os intervenientes agiram de má-fé e com dolo para com as refugiadas”; refere que a deslocação à Ucrânia “teria como objectivo final o resgate de cidadãos e cidadãs em estado de vulnerabilidade enorme com vista a uma eventual exploração laboral”. Esta organização internacional recomenda ainda a inspecção da empresa para veri ficar se existem “outras pessoas que possam estar a ser exploradas laboralmente”…

Público • Sábado, 4 de Junho de 2022

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