Os trabalhadores da Administração Pública (AP) ganhavam em média mais 51,2% do que no setor privado em 2021, uma renumeração bruta mensal média de 2.019 euros face aos 1.335 euros no privado. Mais de metade dos trabalhadores da Administração Pública (55,2%) tinam o ensino superior, enquanto apenas 22,7% tinha este grau académico no privado, indicam os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O INE analisou a informação prestada na Declaração Mensal de Remunerações transmitidas pelas empresas à Autoridade Tributária, respeitante a 4,6 milhões de portugueses, englobando todo o tipo de rendimentos, e dá conta da diferença das renumerações brutas mensais médias entre os trabalhadores da AP e do privado. Uma diferença que, entre outros fatores, o organismo aponta às "diferenças no tipo de trabalho realizado e qualificações dos trabalhadores que os integram", com os trabalhadores do setor público — um total de 740,9 mil — a registar uma maior percentagem com ensino superior.
"Os trabalhadores do setor das AP têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados: 55,2% dos trabalhadores neste setor tinham ensino superior (22,7% no setor privado), 26,6% tinham completado o ensino secundário ou pós-secundário (32,4% no setor privado) e 18,3% tinham um nível de escolaridade correspondente, no máximo, ao 3.º ciclo do ensino básico (44,9% no setor privado)", descreve o INE.
Diferença salarial mantém-se em todos os graus de ensino
As diferenças salariais entre os dois setores mantém-se, independentemente do nível do escolaridade. Em 2021, a remuneração bruta mensal média dos trabalhadores do Estado que completaram, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico foi 1.265 euros, mais 151 euros (+13,6%) do que no privado (1.114 euros),
Já "entre aqueles com ensino secundário ou pós-secundário, a remuneração bruta média por trabalhador no setor das AP foi superior em 166 euros (+12,3%) à do setor privado (1.514 euros vs. 1.348 euros)", refere o INE.
E, em termos médios, a diferença ocorre igualmente junto dos profissionais com ensino superior, onde se observa a maior diferença. Na Função Pública esses trabalhadores têm uma renumeração bruta média de 2.957 euros e no privado de 2.263 euros, ou seja, quase 700 euros (30,7%) de diferença. Embora, no topo da distribuição, a diferença seja apenas de 180 euros (+3,3%).
"Este resultado pode estar associado, entre outros fatores, à diferente composição etária dos trabalhadores do setor as AP e do setor privado, com o primeiro grupo a apresentar uma idade média mais elevada dos trabalhadores, incluindo aqueles com ensino superior completo. A este facto, associam-se maior acumulação de capital humano e de experiência profissional, com tradução nas remunerações auferidas pelos trabalhadores", aponta o INE.
ECO.sapo
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