Câmara M. de Lisboa entregou dados pessoais de organizadores de 52 protestos.
De que serve extinguir se vai “asilar” noutro cantinho qualquer da CML os ditos funcionários? A CML anda em roda livre, pois tem leis para cumprir que NÃO cumpriu, durante anos!!!
A junção de funcionário publico e do partido é o caldo perfeito, para entropias e desrespeitos sistemático da lei.
A DIVULGAÇÃO DE DADOS
Fernando Medina vai extinguir um departamento. Reconheceu
que desde a entrada em vigor do RGPD Lisboa enviou dados pessoais para representações
diplomáticas em meia centena de manifs. Carlos Moedas critica falta de responsabilidade política.
A Câmara de Lisboa enviou
para várias representações
diplomáticas
dados pessoais de pessoas
que organizaram 52 manifestações
junto a embaixadas já depois
da entrada em vigor da nova
lei de protecção de dados. Esta confirmação
foi feita pelo presidente
da autarquia na conferência de
imprensa de apresentação dos resultados
da auditoria feita na sequência
do envio, à embaixada
russa, de dados dos activistas que
promoveram, em Janeiro, uma
manifestação de protesto pela detenção
do activista Alexei Navalny
Fernando Medina anunciou
ainda várias medidas que vão ser
tomadas na sequência das conclusões
desse trabalho e que passam,
por exemplo, pela exoneração do
responsável pela proteção de dados
na autarquia.
Assim, “as competências do município
no que diz respeito às manifestações
vão ser delegadas na
Polícia Municipal que limitará a
partilha de informação sobre os
promotores de qualquer evento,
não apenas manifestações, à PSP e
ao Ministério da Administração Interna”,
adiantou . Outra das medidas será a “extinção do gabinete de
apoio à presidência” por onde passavam,
por exemplo, os procedimentos
referentes aos avisos de
manifestações e a criação da Divisão
de Expediente.
De acordo com o presidente da
câmara vai ser proposto ao executivo
municipal a “exoneração do
encarregado de proteção de dados
e coordenação da Unidade de Projeto
para a Implementação do Regulamento para a Proteção de Dados”
e será pedida uma “análise externa
para estabelecer a criticidade
do sistema de proteção de dados
da câmara”. Passará ainda a existir
uma relação mais próxima com a
Amnistia Internacional.
Fernando Medina iniciou a sua
comunicação frisando que a câmara
assumia “duas responsabilidades: apurar a verdade e adotar
medidas para que tal não volte a
acontecer”. Sublinhou que o “direito
à manifestação é um direito
consagrado na Constituição. Todos
devem manifestar-se de forma
livre e sem medo”.
“Desde a extinção dos governos
civis foi necessário fazer um procedimento interno que seguiu de
perto o que vinha sendo feito pelos governos civis. Podemos constatar
que a prática quanto às manifestações
não foi a mesma ao longo do
tempo [no caso dessas instituições].
Por exemplo, em 2012 era
enviado o nome do primeiro proponente,
anteriormente era o aviso
da manifestação”, frisou.
“Depois em 2013 houve uma
mudança do procedimento no
sentido de só serem enviados dados à PSP e ao Ministério da Administração
Interna. A partir de 2018
e anos seguintes entrou em vigor o
regulamento de proteção de dados
que obriga a outros procedimentos”,
continuou o presidente da autarquia
numa longa exposição sobre
a forma como a autarquia
atuou ao longo dos anos.
Esta questão já levou o PSD e o
CDS a apresentar e a ver aprovados
na Assembleia da República requerimentos
para ouvir sobre o
caso o presidente da autarquia, o
socialista Fernando Medina, e o
ministro dos Negócios Estrangeiros,
Augusto Santos Silva.
A divulgação da partilha por parte
da autarquia de dados dos organizadores
do protesto contra o regime
de Moscovo a propósito da
detenção do ativista Alexei Navalny,
em janeiro, levou também o
Serviço de Informações e Segurança
(SIS) a avançar para uma avaliação
de ameaça a estas pessoas,
como noticiou o DN no dia 11.
Dependendo da conclusão, o
SIS pode solicitar à PSP que acione
medidas de proteção pessoal adequadas
para estes cidadãos – um
russo e dois com dupla nacionalidade
portuguesa e russa.
“Falta de responsabilidade
política de Medina”
Numa reação ao anúncio de Fernando
Medina, o cabeça-de-lista
da coligação Novos Tempos à Câmara
de Lisboa, Carlos Moedas,
considerou “muito grave” a falta de
responsabilidade política de Fernando
Medina. “Fernando Medina
[presidente da Câmara de Lisboa]
não assumiu nenhuma responsabilidade
e um líder assume as responsabilidades
das suas equipas,
portanto, o não assumir da responsabilidade
política, e não estamos
aqui a falar de um caso qualquer,
estamos a falar de um caso em que
estão vidas humanas em jogo, e
não assumir essa responsabilidade
política é muito grave”, declarou.
Questionado sobre a posição de
Medina de que não faz sentido
apresentar a demissão agora para se apresentar depois às eleições autárquicas,
que devem ocorrer em setembro
ou outubro, Moedas interpretou
como um “assumir que se
deve demitir, mas dizer que o timing
dessa demissão não é certo para o
plano político dele”.
Com LUSA Diário de Notícias Sábado 19/6/2021
Sem comentários:
Enviar um comentário