terça-feira, 5 de novembro de 2019

Ikea planeia nova loja na margem Sul, mas ainda pensa em Lisboa.

Grupo de mobiliário quer ter “tão cedo quanto possível” uma loja na margem  Sul do Tejo. Terrenos que a Fidelidade comprou em Entrecampos ainda podem vir a ter a marca Ikea numa unidade.

“Acredito que dentro de dez anos podemos perfeitamente duplicar o volume de negócios [em Portugal] e alcançar mil milhões de euros” Helen Duphorn Directora-geral da Ikea Portugal

“Estamos interessados em explorar possibilidades para pontos de contacto de menor dimensão em Lisboa” Helen Duphorn Directora-geral da Ikea Portugal

números:

478 milhões de euros foi o valor das vendas realizadas pela Ikea Portugal, do grupo Ingka, no último ano fiscal, terminado em Agosto, uma subida de 4,5%

100% é a ambição de crescimento, em vendas, para a próxima década da Ikea em Portugal, atingindo mil milhões de euros, na estimativa de Helen Duphorn

7000 é o número médio de refeições diárias que a Ikea serve nas suas cinco lojas em Portugal. No último ano, foram servidos 13 milhões de almôndegas

69  GWh foi a electricidade gerada por energia renovável (parque eólico de Pisco) pela Ingka em Portugal, no último ano, equivalente a fornecer 19.017 lares

0% é o valor da diferença salarial entre mulheres e homens com as mesmas funções na empresa. Na gestão, a distribuição por género tem que ser  50%-50%

PERGUNTAS E RESPOSTAS a Helen Duphorn Directora-geral da Ikea Portugal

Na cidade de Lisboa — não na área metropolitana —  não têm nenhuma loja, porque ela situa-se na Amadora. Houve, recentemente, uma cimeira  em Copenhaga, em que o presidente da Câmara de Lisboa se encontrou com representantes do grupo Ikea. Estão a debater abrir uma loja na cidade de Lisboa? E tem essa possibilidade alguma coisa que ver com os terrenos de Entrecampos? Porque a Fidelidade comprou os terrenos, mas é desconhecido se têm algum acordo convosco para lá ter uma unidade Ikea menor. 

- Não temos nenhum acordo [com a Fidelidade]. Estamos interessados em explorar possibilidades para pontos de contacto de menor dimensão em Lisboa. Não discutimos isso recentemente, especificamente. Pelo menos, não sob um tema específico com o gabinete do presidente da câmara. Mas tentamos manter um bom fluxo de comunicação com o gabinete do presidente da Câmara [de Lisboa] e temos com eles relações muito boas. Sobre o local que menciona, não estou a excluir que possa ser interessante para nós ter algum tipo…

Ainda?

- Sim, não uma loja Ikea necessariamente, mas algum tipo de ponto de contacto. Isto está ainda numa fase muito inicial para nós, porque tem levado algum tempo a materializar o que irá acontecer nesses terrenos. Mas esta é uma localização interessante, claro. Mas há outras localizações igualmente interessantes. Temos também outros tópicos — não só com o presidente da câmara, como com outros parceiros na sociedade: estamos muito entusiasmados com Lisboa ser a Capital Verde Europeia no próximo ano. A Ikea tomou medidas muito significativas  para ser energeticamente neutra. O próximo passo é
trabalhar sobre a nossa pegada de carbono. Somos um dos poucos países em todo o mundo Ikea que têm tomado passos significativos no que toca a investimento solar e parques eólicos. Os nossos parques eólicos a norte estão a produzir energia equivalente ao que a Ikea consome em Portugal e Espanha — achamos isso engraçado.

Ao tema da energia em Portugal é dedicado um capítulo no seu relatório anual. É lá  mencionado que no último ano fiscal adquiriram um parque eólico – é o do Pisco? O que fazem com a energia?

- Sim, é. Revendemos ao mercado [a energia produzida]. Estamos a produzir muito mais energia renovável do que a que estamos a consumir. Na realidade, cobre o uso médio de 30 lojas Ikea [o grupo tem cinco em Portugal]. E o nosso próximo grande tema é a pegada carbónica, sob diversos aspectos — e veremos como é que podemos apoiar Lisboa a corresponder às expectativas no próximo ano. E avançar. No grupo Ikea, temos um compromisso de avançar no que toca a “last mile services” [entrega] — de serem veículos eléctricos até 2025. E isso é onde nós, como país de retalho, poderemos ter o maior impacto positivo. Estamos há muito tempo a trabalhar na eficiência sustentável da nossa operação.  Mas uma grande oportunidade que temos é trabalhar com o transporte em Portugal. O que requer colaboração com parceiros de transporte.  Na energia renovável, prevê mais alguns investimentos na energia eólica em Portugal? E na floresta?   Na energia eólica não sei, mas não está na agenda neste momento. Não há nenhuma razão pela qual não o faríamos, se fosse adequado e desejado. A Ikea, internamente, está hoje a produzir mais energia renovável do que a que usamos. Penso que não há nenhuma razão por que não o faríamos se houvesse necessidade. 

E floresta?

- Sendo muito franca, desconheço. 

Porquê fazer uma joint-venture com o Lidl [para ter um supermercado junto da loja Ikea de Loures]?

- Não é uma joint-venture, é uma parceria de negócios. Não estamos a integrá-los na loja. Eles arrendam um espaço e achamos que é bom para ambos e que é prático para os nossos clientes, que podem, claro, comprar nos dois sítios, ao mesmo tempo. É uma boa companhia para termos como inquilino, e vemos que os clientes estão apreciar. 

E vêem [a parceria] ser replicada noutras lojas?

- Ainda não temos planos para isso. Mas não há absolutamente nada que nos possa parar — nós temos o espaço, eles têm a vontade. Achámos que era uma boa combinação. Vemos que os clientes circulam entre os dois. 

Têm actualmente 2.500 trabalhadores, como é que o número evoluiu no último ano? 

- É mais ou menos o mesmo. Com as novas unidades, iremos, claro, empregar mais pessoas. Quer sejam pontos de planificação ou entrega... se conseguirmos abrir uma loja na margem Sul, aí veremos uma subida no número [de trabalhadores em Portugal]. Mas de certeza que iremos empregar mais pessoas com o tempo.

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