Grupo de mobiliário quer ter “tão cedo quanto possível” uma loja na margem Sul do Tejo. Terrenos que a Fidelidade comprou em Entrecampos ainda podem vir a ter a marca Ikea numa unidade.
“Acredito que dentro de dez anos podemos perfeitamente duplicar o volume de negócios [em Portugal] e alcançar mil milhões de euros” Helen Duphorn Directora-geral da Ikea Portugal
“Estamos interessados em explorar possibilidades para pontos de contacto de menor dimensão em Lisboa” Helen Duphorn Directora-geral da Ikea Portugal
números:
478 milhões de euros foi o valor das vendas realizadas pela Ikea Portugal, do grupo Ingka, no último ano fiscal, terminado em Agosto, uma subida de 4,5%
100% é a ambição de crescimento, em vendas, para a próxima década da Ikea em Portugal, atingindo mil milhões de euros, na estimativa de Helen Duphorn
7000 é o número médio de refeições diárias que a Ikea serve nas suas cinco lojas em Portugal. No último ano, foram servidos 13 milhões de almôndegas
69 GWh foi a electricidade gerada por energia renovável (parque eólico de Pisco) pela Ingka em Portugal, no último ano, equivalente a fornecer 19.017 lares
0% é o valor da diferença salarial entre mulheres e homens com as mesmas funções na empresa. Na gestão, a distribuição por género tem que ser 50%-50%
PERGUNTAS E RESPOSTAS a Helen Duphorn Directora-geral da Ikea Portugal
Na cidade de Lisboa — não na área metropolitana — não têm nenhuma loja, porque ela situa-se na Amadora. Houve, recentemente, uma cimeira em Copenhaga, em que o presidente da Câmara de Lisboa se encontrou com representantes do grupo Ikea. Estão a debater abrir uma loja na cidade de Lisboa? E tem essa possibilidade alguma coisa que ver com os terrenos de Entrecampos? Porque a Fidelidade comprou os terrenos, mas é desconhecido se têm algum acordo convosco para lá ter uma unidade Ikea menor.
- Não temos nenhum acordo [com a Fidelidade]. Estamos interessados em explorar possibilidades para pontos de contacto de menor dimensão em Lisboa. Não discutimos isso recentemente, especificamente. Pelo menos, não sob um tema específico com o gabinete do presidente da câmara. Mas tentamos manter um bom fluxo de comunicação com o gabinete do presidente da Câmara [de Lisboa] e temos com eles relações muito boas. Sobre o local que menciona, não estou a excluir que possa ser interessante para nós ter algum tipo…
Ainda?
- Sim, não uma loja Ikea necessariamente, mas algum tipo de ponto de contacto. Isto está ainda numa fase muito inicial para nós, porque tem levado algum tempo a materializar o que irá acontecer nesses terrenos. Mas esta é uma localização interessante, claro. Mas há outras localizações igualmente interessantes. Temos também outros tópicos — não só com o presidente da câmara, como com outros parceiros na sociedade: estamos muito entusiasmados com Lisboa ser a Capital Verde Europeia no próximo ano. A Ikea tomou medidas muito significativas para ser energeticamente neutra. O próximo passo é
trabalhar sobre a nossa pegada de carbono. Somos um dos poucos países em todo o mundo Ikea que têm tomado passos significativos no que toca a investimento solar e parques eólicos. Os nossos parques eólicos a norte estão a produzir energia equivalente ao que a Ikea consome em Portugal e Espanha — achamos isso engraçado.
Ao tema da energia em Portugal é dedicado um capítulo no seu relatório anual. É lá mencionado que no último ano fiscal adquiriram um parque eólico – é o do Pisco? O que fazem com a energia?
- Sim, é. Revendemos ao mercado [a energia produzida]. Estamos a produzir muito mais energia renovável do que a que estamos a consumir. Na realidade, cobre o uso médio de 30 lojas Ikea [o grupo tem cinco em Portugal]. E o nosso próximo grande tema é a pegada carbónica, sob diversos aspectos — e veremos como é que podemos apoiar Lisboa a corresponder às expectativas no próximo ano. E avançar. No grupo Ikea, temos um compromisso de avançar no que toca a “last mile services” [entrega] — de serem veículos eléctricos até 2025. E isso é onde nós, como país de retalho, poderemos ter o maior impacto positivo. Estamos há muito tempo a trabalhar na eficiência sustentável da nossa operação. Mas uma grande oportunidade que temos é trabalhar com o transporte em Portugal. O que requer colaboração com parceiros de transporte. Na energia renovável, prevê mais alguns investimentos na energia eólica em Portugal? E na floresta? Na energia eólica não sei, mas não está na agenda neste momento. Não há nenhuma razão pela qual não o faríamos, se fosse adequado e desejado. A Ikea, internamente, está hoje a produzir mais energia renovável do que a que usamos. Penso que não há nenhuma razão por que não o faríamos se houvesse necessidade.
E floresta?
- Sendo muito franca, desconheço.
Porquê fazer uma joint-venture com o Lidl [para ter um supermercado junto da loja Ikea de Loures]?
- Não é uma joint-venture, é uma parceria de negócios. Não estamos a integrá-los na loja. Eles arrendam um espaço e achamos que é bom para ambos e que é prático para os nossos clientes, que podem, claro, comprar nos dois sítios, ao mesmo tempo. É uma boa companhia para termos como inquilino, e vemos que os clientes estão apreciar.
E vêem [a parceria] ser replicada noutras lojas?
- Ainda não temos planos para isso. Mas não há absolutamente nada que nos possa parar — nós temos o espaço, eles têm a vontade. Achámos que era uma boa combinação. Vemos que os clientes circulam entre os dois.
Têm actualmente 2.500 trabalhadores, como é que o número evoluiu no último ano?
- É mais ou menos o mesmo. Com as novas unidades, iremos, claro, empregar mais pessoas. Quer sejam pontos de planificação ou entrega... se conseguirmos abrir uma loja na margem Sul, aí veremos uma subida no número [de trabalhadores em Portugal]. Mas de certeza que iremos empregar mais pessoas com o tempo.
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