Doença metabólica afecta mais de 420 milhões de pessoas; nova iniciativa da OMS pretende baixar preços da insulina; alguns fabricantes dizem que poderiam baixar os preços do hormônio.
As Nações Unidas marcam este 14 de Novembro o Dia Mundial da Diabetes destacando o alto impacto que os gastos médicos têm sobre os pacientes.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, lembra que a doença prejudica a saúde e as aspirações das pessoas na educação e no trabalho. A doença também afecta comunidades, impactando famílias que enfrentam dificuldades económicas por causa dos custos médicos.
Compromisso
O chefe da ONU reiterou o apoio das Nações Unidas aos que vivem com diabetes no mundo e reafirmou o compromisso na luta em prol de suas necessidades e do bem-estar, trabalhando para alcançar a meta de saúde para todos.
Mais de 420 milhões de pessoas vivem com diabetes. A doença causa complicações e debilidades físicas como ataques cardíacos, derrames cerebrais, insuficiência renal, miopia, cegueira e amputações.
Nas vésperas da data, a Organização Mundial da Saúde, OMS, apresentou um projecto para tornar a insulina mais barata. O hormônio regula a glicose no sangue.
A descoberta da substância artificial com mesmas propriedades que a produzida pelos humanos aconteceu em 1921. O tratamento foi incluído na lista de medicamentos essenciais da agência em 1977.
Rendimentos
Actualmente, a produção de insulina é controlada por três fabricantes e essa situação encarece o produto. No país africano Gana, por exemplo, o uso da insulina pode corresponder a 5,5 dias de salário, ou 22% dos rendimentos mensais.
Segundo a OMS, mesmo em países mais desenvolvidos, várias pessoas acabam usando menos insulina do que o necessário e com isso, correm o risco de morrer ou ter complicações.
Com a nova iniciativa, a agência da ONU quer que a indústria diversifique a produção mundial de insulina fabricando mais genéricos.
Um estudo feito em 24 países de quatro continentes constatou que a insulina está disponível em 61% dos centros de saúde.
Fabricantes
Com o projecto-piloto de dois anos, a agência deverá avaliar a insulina desenvolvida pelos fabricantes para garantir sua qualidade, segurança, eficácia e acessibilidade.
Com um crescente interesse dos fabricantes e maior disponibilidade do produto para os diabéticos, o sistema poderia se tornar mais amplo.
Esse procedimento é conhecido como pré-qualificação e já foi usado para produzir vacinas sem marca e remédios para tratar doenças como tuberculose, malária e HIV.
Vários pacientes relataram ter economizado custos para tratamento de diversas doenças crónicas. Até 80% das pessoas tratadas contra o HIV usam produtos genéricos.
Genéricos
A directora de regulação de medicamentos da OMS, Emer Cooke, disse que alguma coisa deve ser feita para resolver a questão. Ela acrescentou que a prevalência da diabetes está aumentando, que há pouca insulina disponível e que é caro tratar a doença.
Cooke destacou que algumas empresas já se comprometeram em baixar os preços da insulina.
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