Ultrapassados pela direita
Joana Petiz
dn.pt
2-10-2022
Seis anos da geringonça socialista carregada às costas pela extrema-esquerda e oito meses de maioria absoluta depois, como está a Saúde?
Somamos meses de Urgências caóticas, com sucessivas demissões nas direcções hospitalares por falta de meios, de condições e de profissionais para cuidar dos que recorrem ao SNS.
Vê-se zero organização ou planos a médio-longo prazo para resolver problemas acumulados nesses anos em que a preocupação da tutela se manteve ancorada na certeza soviética de que a Saúde tem de ser pública, inflexível no fim das unidades geridas em PPP - que funcionavam bem para os doentes e para o Estado -, pondo em risco acordos com privados e sector social que serviam aqueles a quem o SNS não conseguia acudir.
A resposta ao que era urgente foi esperar três meses para nomear um CEO e dar-lhe a tarefa de refazer a prazo o que antes se implodira. Pelo caminho, tentou-se impor aos profissionais a escolha entre hospitais e privado e agrilhoar um número deles ao serviço público. A solução da esquerda nunca foi melhorar as condições para que tivessem vontade e capacidade de ficar pelo SNS.
Após seis anos de governação PS com ajuda da extrema-esquerda, como anda a Educação?
No Superior, faz-se o caminho que antes se seguiu no SNS, com as excelentes universidades que temos a perder capacidade de reter talento, boicotadas na vontade de fixá-lo pela precariedade que o governo não deixa resolver, empurrando os melhores para o privado.
Nas Secundárias e Primárias há centenas de profissionais sem lugar, outros tantos de casa às costas, há alunos sem professores durante meses e professores que não conseguem dar aulas por não lhes permitirem a mobilidade; as carreiras não andam, os miúdos têm livros de graça, mas só se frequentarem o público (não se acredita em pais que fazem sacrifícios pelas crianças) e há creches gratuitas para todos, mas são de papel, porque não existem infra-estruturas ou pessoas que cheguem sequer para as nossas magras necessidades.
Seis anos a governar à esquerda e como estamos a viver?
O salário mínimo subiu, mas os restantes não acompanharam, os pensionistas estão a perder dinheiro, os funcionários públicos vão perder ainda mais, há "subsídios para todos", mas nas contas da redistribuição rouba-se metade do rendimento aos contribuintes e pouco sobra para quem realmente precisa.
E depois da Covid e à custa da guerra e da inflação, as famílias viram esboroar-se o poder de compra e grande número de empresas teme ter de fechar as portas.
Os apoios anunciados com pompa são de rir para não chorar: pouco mais do que um desconto nos combustíveis e um cheque de 125 euros, mais 50 por filho, para mitigar dez meses de preços no tecto para as famílias; mais crédito para as companhias em queda e injecções esporádicas para as que acumulam perdas gigantescas.
Nos impostos pouco se mexeu e os preços brutais têm ajudado a engordar os cofres do Estado com receita fiscal extraordinária.
Seis anos de PS a partilhar o leme com BE e PCP e oito meses de maioria absoluta que se traduzem, afinal, em incontáveis escândalos (do familygate à saga de Cabrita, passando por ministros desautorizados), gestão miserável (da TAP renacionalizada, minguada e agora à venda, até ao eternamente adiado aeroporto) e sem vislumbre de rasgo ou vontade reformista.
Cansados das proibições, desvarios e tiques totalitários da esquerda, os portugueses perceberam enfim que esse caminho só os leva à pequenez. E mostram por fim cartão amarelo a quem acredita que governar não é servir, mas mandar.
Pela primeira vez desde que nasceu a geringonça, a direita é mais forte do que PS, BE, PCP, Livre e PAN juntos. Razões? É só escolher.
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