sexta-feira, 10 de março de 2023

Funcionários do Fisco ficavam com “perdidos e achados” do aeroporto de Lisboa.

Pergunta: Quem fica com os produtos, que são encomendados do estrangeiro, e não são levantados, porque os funcionários pedem impostos, taxas, etc,  e o encomendador não os paga, dentro dos prazos que “eles” próprios estipulam,  e perde-os, para os CTT ?

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Suspeitos transportavam objectos avaliados em cerca de 65 mil euros “em malas e mochilas que levavam vazias para o local de trabalho”.

Há 16 funcionários da Autoridade Tributária (AT) suspeitos de se terem apropriado de centenas de objectos deixados nos “perdidos e achados” do aeroporto de Lisboa, entre Abril de 2018 e Junho de 2020, divulgou esta quinta-feira o Jornal de Notícias. A estes suspeitos, que estão a ser julgados por peculato, juntam-se outras sete pessoas, que respondem por receptação, devido a terem ficado com os “presentes” dos armazéns da Alfândega, que seriam apelidados de “El Corte Inglés” pelos arguidos.

Ana Paula Silva, de 64 anos, na altura coordenadora do sector de controlo de passageiros e bagagens, negou na primeira sessão do julgamento, há uma semana, que todos os bens de que é suspeita de se ter apropriado tenham sido retirados dos “perdidos e achados”. Mas admitiu que a subtracção de objetos, depois dos 90 dias para serem reclamados, era uma prática generalizada.

Só na casa da então coordenadora, agora reformada, foram apreendidos bens avaliados em 13.992 euros — incluindo mais 50 relógios e 13 telemóveis.

A outros tantos equipamentos, admitiu em tribunal ter dado a sua “autorização” aos funcionários para também os levar. Um deles é Adalberto Gonçalves, de 68 anos e igualmente aposentado, que tinha na sua residência 88 objectos, incluindo tablets, telemóveis, cremes e maquilhagem.

No total, foram apreendidos aos 23 arguidos, em 2020, objectos avaliados em cerca de 65 mil euros. Legalmente, os bens deveriam ter sido doados, vendidos, destruídos ou afectos aos serviços do Estado.

O Ministério Público aponta que os 16 funcionários da Autoridade Tributária terão aproveitado as “lacunas” e “falta de controlo e fiscalização” para “fazer seus os objectos”, transportando-os em malas e mochilas que levavam vazias para o local de trabalho. O julgamento continua esta quinta-feira, em Lisboa.

https://onovo.pt/pais/funcionarios-do-fisco-ficavam-com-perdidos-e-achados-do-aeroporto-de-lisboa-AD14060167

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