sábado, 19 de dezembro de 2020

Anders Tegnell, o epidemiologista rockstar da Suécia que recebe flores e ameaças de morte.

Depois de meses de lua de mel, Agência de Saúde Pública e governo sueco desentenderam-se pela primeira vez. A popularidade do epidemiologista, que tem quase 93 mil fãs no Facebook, continua em alta.


“Tenho a certeza de que em algumas situações as máscaras podem melhorar, mas as evidências científicas sobre se o fazem ou não continuam a não ser muito boas. Se têm um efeito, a maior parte dos estudos dizem que talvez não seja um efeito assim tão bom. Vemos muitos países por toda a Europa que impuseram regras sobre o uso de máscaras e mesmo assim continuam a ter aumentos enormes no número de casos”

Anders Tegnell, epidemiologista-chefe da Agência de Saúde Pública Sueca

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“O Anders Tegnell é especialista em parecer tranquilizador quando tudo está terrível. Na primavera, quando tínhamos o pior número de mortes do mundo, tínhamos conferências de imprensa todos os dias e ele sentava-se e dizia: ‘As perspetivas são muito boas. Estamos a achatar a curva, estamos a chegar ao pico’”

Lena Einhorn, virologista e realizadora

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“O estranho é ele ser tão popular, tem um grande clube de fãs, às vezes brinco com isso: nos Estados Unidos o responsável pela estratégia é o Trump, na Suécia é o Anders Tegnell, e os resultados são parecidos, no que diz respeito à disseminação do vírus e ao número de mortes. Esta resistência ao uso de máscaras e a negação dos perigos da pandemia costuma estar à direita do espectro político, mas aqui é ao contrário: o clube de fãs do Anders Tegnell é de esquerda”

Lars Calmfors, economista, Instituto de Estudos Económicos Internacionais da Universidade de Estocolmo

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“As sondagens demonstram que o Tegnell e a Agência de Saúde Pública têm um forte apoio público. Mas algumas pessoas fazem muito barulho na Internet, portanto é fácil pensar o contrário”

Christine Tidåsen, administradora de um grupo de apoio a Tegnell no Facebook

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“O governo está a ficar um pouco cansado do Anders Tegnell. Até agora, era a Agência de Saúde Pública, de que o Tegnell é responsável, quem estava ao comando, e o governo limitava-se a seguir as orientações que ele dava. O governo estava completamente dependente deles, o que nos estava a deixar a nós, os críticos, loucos”

Lena Einhorn, virologista e realizadora

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