20 mil quilómetros e 35 dias depois, o Connecting Europe Express terminou uma viagem histórica entre Lisboa e Paris. Mas até ao final da década há muito a fazer para que haja uma união ferroviária na Europa.
No ano europeu do Transporte
Ferroviário, a Comissão Europeia
pôs a circular um comboio durante
35 dias para tentar mostrar o potencial
das viagens sobre carris no
Velho Continente. A viagem experimental
começou em Lisboa e terminou
em Paris, na passada quinta-
feira, depois de ter percorrido 26
países. A falta de um regulamento
comum para homologar a circulação
dos comboios em toda a região
e os diferentes sistemas de sinalização
e de segurança, foram os problemas
que mais saltaram à vista
nesta viagem que cruzou os diferentes
Estados-membros da União
Europeia (UE).
“Temos de dar um
salto gigante na
interoperabilidade
até 2030, com
investimentos e
legislação que
obrigue os Estados
a investirem
seriamente
na ferrovia.” —HERALD RUIJTERS
Diretor de Transporte Sustentável da CE
Depois de ter partido de Lisboa
com seis carruagens só com lugares
sentados, tudo mudou assim que o
comboio europeu passou a fronteira
entre Espanha e França.
A partir de Hendaia e até ao final
da viagem, mais de 60 locomotivas
rebocaram seis composições: a carruagem-
conferência da francesa
SNCF; a carruagem de segunda
classe com espaço para sete bicicletas
da alemã DB; a carruagem panorâmica
usada pelos suíços da
SBB; a carruagem-bar dos italianos
da FS; e ainda a carruagem-cama
dos austríacos da OBB.
A meio da viagem, circulou ainda
o terceiro comboio, entre Estónia e
Lituânia. A automotora diesel foi
cedida pela transportadora da Lituânia
(LTG).
A carruagem panorâmica foi
sempre a mais concorrida e mostrou
a falta de interesse dos cidadãos
no comboio europeu: era quase
sempre a única composição ocupada.
A própria
comissária europeia dos Transportes,
Adina Valean, só deveria fazer
a viagem no último dia, entre
Estrasburgo e Paris, mas, à última
hora, desmarcou. Está muito dito sobre o desinteresse…
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