terça-feira, 5 de outubro de 2021

Desmistificando o Islão












A entrada do califa Umar a Jerusalém em 638, gravura do século XIX.

A entrada do califa Umar a Jerusalém em 638, gravura do século XIX. WIKIPEDIA / GRANGER

Professora de literatura na Universidade de Túnis, Hela Ouardi luta contra a ignorância. Segundo ela, a maioria dos muçulmanos desconhece o contexto em que o Islão nasceu, o que os leva a idealizar o período do califado que se seguiu à morte de Maomé… com os excessos contemporâneos que conhecemos.

Seu material de estudo: a tradição muçulmana, toda a tradição – sunita e xiita – nada além de tradição. Compilando, com paciência quase monástica, as volumosas obras medievais sobre as origens do Islã, a pesquisadora se esforça para destacar as áreas cinzentas desse período, marcadas na realidade pela violência desinibida.

Maldição, golpes baixos, crimes… Todos os ingredientes de uma tragédia shakespeariana são reunidos na saga de três volumes dos Califas Amaldiçoadas – o mais recente, Murder at the Mesquita,acaba de ser lançado. Uma leitura tão emocionante quanto traz soluções para "trazer o Islão para a modernidade",como o autor o chama.


Hela Ouardi: "O Islão não pode cortar o fio da mitologia que lhe permitiria entrar na modernidade"

As origens do Islão são idealizadas na imaginação muçulmana. No entanto, a académica tunisiana Hela Ouardi, em sua saga "Os Califas Amaldiçoadas", mostra que essa religião nasceu num contexto de violência e brigas internas. Violência cujas repercussões ainda são sentidas hoje.

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