quinta-feira, 29 de julho de 2021

Juiz negacionista chama Ferro Rodrigues de "pedófilo" e CSM pondera novo processo.

Rui Fonseca e Castro, o juiz suspenso pelo CSM em Março, partilhou um vídeo nas redes sociais, sugerindo que o presidente da Assembleia da República deveria "tirar a sua própria vida".

Rui Fonseca e Castro, o juiz suspenso de funções na sequência da publicação de vídeos com teorias negacionistas, voltou às redes sociais. Desta vez, ataca o presidente da Assembleia da República. "Se lhe resta algum pingo de honra, o senhor Ferro Rodrigues deveria tirar a sua própria vida", disse o juiz num vídeo publicado na quarta-feira, no YouTube.

À SÁBADO, o Conselho Superior de Magistratura (CSM) referiu que "os novos factos com relevância disciplinar podem dar origem a novo processo disciplinar ou ampliarem o objecto do processo já existente". Em curso, já se encontra um processo disciplinar contra o juiz por incentivar ao incumprimento das regras para travar a propagação da pandemia e manifestar posições negacionistas. Segundo o inspector encarregue do processo, citado pelo Diário de Notícias, esta actuação "mostra-se prejudicial e incompatível com o prestígio e a dignidade da função judicial".

No vídeo publicado no YouTube esta quarta-feira, entretanto apagado da sua página mas partilhado nas redes sociais, o juiz considera: "O senhor Ferro Rodrigues é um pedófilo, o senhor Ferro Rodrigues é um abusador sexual de crianças, preferencialmente de crianças institucionalizadas, que merecem protecção do Estado, mas são entregues de bandeja a pedófilos."

D.R.

Em Março deste ano, o juiz do Tribunal de Odemira foi suspenso preventivamente pelo Conselho Superior de Magistratura, na sequência de um inquérito disciplinar aberto pelo CSM e que ainda não está concluído. A suspensão termina em Setembro e o juiz já entregou uma contestação ao processo disciplinar.

Rui Fonseca e Castro foi protagonista de vários momentos insólitos e um deles foi ter desafiado o director da PSP para um combate de MMA. Antes desse episódio, no tribunal de Odemira, o juiz suspenseu uma sessão de julgamento, porque o procurador do Ministério Público se recusou a retirar a máscara durante a sessão. 

Em abril, quando o juiz foi ouvido no CSM, dez pessoas acabaram detidas por incumprimento das normas sanitárias durante uma manifestação de apoio.

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