quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Duas ou três coisas sobre Tancos

03-10-2019 por Eduardo Dâmaso

O grupo de militares da PJM e da GNR pensou uma coisa espantosa em qualquer Estado de direito. Sonharam que seria possível organizar a recuperação de armas furtadas sem prender os criminosos que as tinham roubado.

O que é que o episódio trágico do roubo e "achamento" das armas de Tancos nos mostra? Um grupo de militares da Polícia Judiciária Militar e oficiais da GNR em roda livre e com um profundo desprezo por leis essenciais da organização do País, como o processo penal e a própria Constituição da República. O grupo do coronel Luís Vieira e do major Vasco Brazão pensou uma coisa espantosa em qualquer Estado de direito: sonharam que seria possível organizar a recuperação de armas de guerra furtadas sem apresentar os criminosos que as tinham roubado.

Pensaram, também, que era possível organizar uma "operação clandestina" com a colaboração do poder político, através da conivência do ministro da Defesa – o que, por acção, omissão ou pura ingenuidade ainda conseguiram –, do primeiro-ministro e do Presidente da República, ele próprio Chefe-supremo das Forças Armadas, que teria de despachar, no fim, umas condecorações aos bravos rapazes da PJM.

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