quinta-feira, 17 de outubro de 2019

União Europeia equipara comunismo ao nazismo



O Parlamento Europeu equiparou os regimes comunistas aos fascistas e nazis, condenando as atrocidades cometidas por ambos os regimes totalitários. No documento histórico, que foi aprovado em Setembro último com 535 votos a favor, 66 contra e 52 abstenções, o Parlamento Europeu "recorda que os regimes nazi e comunista são responsáveis por massacres, pelo genocídio, por deportações, pela perda de vidas humanas e pela privação da liberdade no século XX numa escala nunca vista na História da humanidade, e relembra o hediondo crime do Holocausto perpetrado pelo regime nazi; condena veementemente os actos de agressão, os crimes contra a humanidade e as violações em massa dos direitos humanos perpetrados pelos regimes nazi e comunista e por outros regimes totalitários".

Os deputados europeus dão assim corpo ao que muitos historiadores vinham assumindo em diferentes obras, como é o caso do 'Livro Negro do Comunismo' escrito por um grupo de historiadores sob a direcção do francês Stéphane Courtois, em que se revelam os números de mortes às mãos de ditadores comunistas: 65 milhões de mortos na China; quase 20 milhões na União Soviética; um milhão no Vietname; dois milhões no Cambodja e outros dois milhões na Coreia do Norte. "Ao todo, regimes comunistas mataram cerca de 100 milhões de pessoas — cerca de quatro vezes mais que o número de mortos pelos nazistas — tornando o comunismo a ideologia mais assassina da história humana",escreveu Marc Thiessan no Washington Post.

"Não posso estar mais de acordo com a resolução",disse, ao nosso jornal o advogado e político António Lobo Xavier, acrescentando que "os crimes do fascismo e do nazismo estão no mesmo plano dos crimes do chamado socialismo real ou comunismo".Naquela resolução – que foi aprovada em Setembro mas estranhamente pouco divulgada e só agora noticiada pelo jornal espanhol ABC – o Parlamento Europeu exorta mesmo "todos os Estados-Membros da UE a fazerem uma avaliação clara e assente em princípios sobre os crimes e actos de agressão perpetrados pelos regimes comunistas totalitários e pelo regime nazi". Intitulada 'Importância da memória europeia para o futuro da Europa', a resolução recorda ainda um vasto leque de recomendações e relatórios que resultam na necessidade de uma condenação internacional dos crimes dos regimes comunistas totalitários, do nazismo ou do fascismo. O 23 de Agosto foi mesmo instituído como o 'Dia Europeu em Memória das Vítimas de todos os Regimes Totalitários e Autoritários'.

Ainda na resolução aprovada, o Parlamento Europeu "considera que a Rússia continua a ser a maior vítima do totalitarismo comunista e que a sua evolução para um Estado democrático será entravada enquanto o governo, a elite política e a propaganda política continuarem a 'branquear' os crimes comunistas e a glorificar o regime totalitário soviético" e por isso "exorta a sociedade russa a confrontar-se com o seu trágico passado".


Ditadores

Adolf Hitler (Alemanha)

Líder do Partido Nazista (1934 a 1945) foi responsável pelo genocídio de cerca de seis milhões de judeus mas causou a morte a mais de 40 milhões.

Benito Mussolini (Itália)

Liderou o Partido Naciona lFascista e é apontado como sendo uma das figuras-chave na criação do fascismo. Apoiou Hitler no Holocausto

Lenin (URSS)

Lenin foi o principal líder da Revolução Russa. Iniciou um caminho de execuções, tomada de reféns, campos de concentração, etc.

Joseph Stalin (URSS)

Governou a URSS entre a década 20 até sua morte em 1953 .?Nos Gulag, campos soviéticos de trabalho forçado, morreram mais de 10 milhões

Mao Tsé-Tung (China)

Ditador da República da China entre 1949 e 1976, Mao Tsé-Tung terá provocado a morte (assassinados ou à fome) de mais de 50 milhões

Pol Pot (Cambodja)

Foi líder do Partido Comunista do Camboja, o Khmer Vermelho. O seu domínio ditatorial resultou na morte de cerca de 2 milhões de pessoas

Fidel Castro (Cuba)

O regime comunista de Fidel Castro (49 anos de ditadura) é responsável por pelo menos 8.190 mortes, segundo o Cuba Archive


17 outubro 2019

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