O homem que arrasta o caso BES. O Procurador-Geral Suíço.
A tese do Correio da Manhã, abaixo explicada, para a demora do processo.
Chama-se Michael Lauber, tem 53 anos, é advogado, e desde 2011 é o Procurador- Geral da Confederação Helvética (Suíça). É deste homem que as autoridades portuguesas esperam, vai para três anos, uma decisão de libertação das provas que foram encontradas por equipas portuguesas e suíças e que incriminam os maiores responsáveis do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo com o mesmo nome. As provas, propriedade do Ministério Público português, estão seladas numa cave na Suíça à espera da luz verde de Michael Lauber. O procurador foi reeleito o mês passado para mais um mandato de quatro anos (com 129 votos a favor num universo de 243), contra a posição da Comissão Judiciária do Parlamento Suíço, que considerou que o magistrado "violou de forma grave os seus deveres de função" no caso em que se investiga corrupção no seio da FIFA. Dois encontros entre Lauber e o presidente da FIFA, Gianni lnfantino, enquanto os tribunais suíços investigavam um processo de corrupção envolvendo os mais altos responsáveis da FIFA, foram divulgados pelo site Football Leaks. O procurador admitiu os encontros em 2016, embora não tenha dado registo deles, como obriga o código de conduta dos procuradores suíços, sempre que existem encontros ou contactos informais. Os jornais suíços denunciaram um terceiro encontro em Janeiro de 2017, o que levou um tribunal criminal da Suíça a decidir, em Junho deste ano, pelo afastamento imediato do procurador geral das investigações sobre responsáveis da FIFA. Lauber, que também já foi responsável, enquanto advogado, pela Associação de Bancos Suíça, é um especialista nos assuntos de branqueamento de capitais e aplicação de capitais em sociedades offshore. A reeleição de Michael Lauber foi entendida como um duro revés para a conclusão do processo BES/GES, bem como para o avanço das investigações no chamado caso EDP. Recorde-se que, em comunicado, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) já disse que as provas recolhidas na Suíça são fundamentais para encerrar o caso BES / GES, e que a acusação seria feita no prazo de três meses após a recepção dessas provas em Portugal. Até agora, e apesar da insistência do Ministério Público português, o procurador suíço ainda não libertou esse material. Uma demora que começa a ser pouco compreensível à luz da boa cooperação judiciária que tem existido entre os dois países.
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