Com base num estudo feito pela Unilever.
Os números indicam que as condições de higiene nas casas de banho das escolas públicas não são as melhores. Na higiene e na saúde, descortinamos agora potenciais consequências do mau uso destes espaços.
Quando se fala de casas de banho públicas, a tendência passa por associar os espaços a uma limpeza insuficiente, local degradado e más condições generalizadas. Na escola, o cenário é mais controlado, graças à intervenção dos funcionários que asseguram, com mais ou menos regularidade, os essenciais de limpeza e conservação destes espaços.
Ainda assim, o estudo "Escolas Públicas – Condições de Saneamento e Conservação" dá o alerta: em média, mais de metade dos alunos evitam usar o WC em período escolar. As casas de banho são, aliás, a zona que mais recorrentemente aparece como "zona deficitária", com 32% dos inquiridos a assinalá-la.
Risco de infecções nas casas de banho
A propósito do estudo, quisemos perceber junto de um especialista de medicina geral e familiar quais são, afinal, os riscos de infecção quando se utilizam as casas de banho públicas, nomeadamente em contexto escolar.
O Dr. Viriato Horta é assertivo na sua análise: "É verdade que as sanitas podem propagar doenças, mas também é verdade que o piso à volta delas, as bancadas, os lavatórios (sobretudo os sifões do sistema de escoamento da água), os puxadores das portas e os manípulos das torneiras são locais igualmente perigosos." Admite que o assento das sanitas "é a superfície da casa de banho que mais tempo está em contacto com a pele" e que, por isso, é aqui que se devem centrar os maiores cuidados: "Não basta uma limpeza simples com papel, nem uma lavagem com detergente, sendo necessário o uso de produtos desinfectantes (o que pode ser feito de forma automática por mecanismos Non-Touch)".
Isto pode acontecer através do contacto do vestuário, calçado e mãos sujas com as superfícies, da eliminação de aerossóis de gotículas contaminadas (oriundas dos olhos, da boca e das vias aéreas) quando tossem ou espirram, ou mesmo da eliminação de urina e de fezes. Sobre estes últimos, destaca que, por definição, "as fezes são sempre contaminadas e a urina é estéril, mas pode estar contaminada se houver infecções génito-urinárias". Todos estes factores criam condições para infecções cruzadas.
Nas casas de banho, podem encontrar-se muitos micróbios: bactérias, vírus, fungos e parasitas parecem encontrar nestes espaços o sítio perfeito para se alojarem. Mas então…
Como fugir destas infecções?
Em tom de brincadeira, mas a falar muito a sério, o Dr. Viriato prossegue: "Perante este panorama, parece impossível que uma ida à casa de banho não seja seguida obrigatoriamente por uma visita ao médico para tratar tal variedade de infecções. Porém, se as casas de banho forem devidamente limpas, se as nossas práticas de higiene pessoal forem exemplares (lavagem e secagem adequadas das mãos, minimização dos contactos da pele com as superfícies contaminadas) e o nosso sistema imunitário for competente, será pouco provável ser afectado por infecções cruzadas".
Numa espécie de conselhos para o utilizador, o Dr. Viriato Horta destaca a utilização das sanitas e dos urinóis: "Está provado que os micro-organismos aí presentes são transportados à distância (até cerca de 1 metro e meio) nos salpicos de água (efeito nebulizador ou aerossol) quando o autoclismo é descarregado e disseminam-se pelo assento e pelo tampo da sanita e pelo piso à sua volta, pelas paredes e porta da casa de banho e até pelo bidé, bancada e lavatório, se não houver separação física do cubículo sanitário. Por esta razão, aconselha-se vivamente que nunca se descarregue o autoclismo enquanto ainda se está sentado na sanita ou ainda não se vestiu a roupa, que se feche a tampa da sanita antes da descarga (quando existe tampo) ou que se saia do cubículo imediatamente após o início da descarga, porque a maior força da aerossolização ocorre na parte final da descarga quando quase toda a água já passou o sifão."
Em jeito de conclusão, o médico resume que "o acesso a uma casa de banho limpa, segura e privada é um direito e não um privilégio, mas ainda existem quase 2.500 milhões de pessoas sem conseguir usufruir desse direito, 1.000 milhões das quais ainda defecam ao ar livre. Como vivemos numa época ‘esquizofrénica’, existem mais pessoas com telemóvel do que com sanita, e morrem quase 3 milhões de pessoas anualmente por falta de saneamento, entre as quais se contam 700.000 crianças devido a diarreia".
Para que se consiga resolver este verdadeiro flagelo, a Organização das Nações Unidas reconheceu oficialmente o dia 19 de Novembro como o Dia Mundial da Casa de Banho, também conhecido como o Dia Mundial da Sanita, reforçando o trabalho de outras iniciativas semelhantes que decorrem ao longo do ano com vista a consciencializar a opinião pública para a necessidade de melhores níveis sanitários.
A marca Domestos tenta, também, ser parte das soluções para casas de banho limpas e para boas práticas de higiene. Depois de contribuir para o programa de saneamento da Unicef, doando parte do valor de cada embalagem vendida, foca-se agora em Portugal e nos problemas do território nacional. O passatempo Domestos nas Escolas vai ajudar uma escola pública na melhoria de condições de um WC. Pais, alunos e funcionários: não faltem à chamada para ajudar a vossa escola!
Sem comentários:
Enviar um comentário