sábado, 25 de maio de 2019

Créditos disparatados na CGD? “Foi tudo uma estratégia de Sócrates para dominar os media e a banca”, diz Patrick Monteiro de Barros

Foi tudo uma estratégia de Sócrates para dominar os media e a banca. A síntese é de Patrick Monteiro de Barros, que explicou assim os financiamentos sem garantias cedidos a Joe Berardo para comprar acções do BCP, em entrevista ao Jornal Económico (acesso pago).

E como é que o empresário tem tanta certeza? Simples: “A história toda – e posso dizer que sei porque me abordaram na altura – foi uma estratégia de José Sócrates que queria dominar os media e a banca. Quem não se lembra da saga que foi a venda da Lusomundo”.

Os créditos em causa foram cedidos numa altura em que a administração da CGD era liderada por Carlos Santos Ferreira que transitou do banco público para a liderança do BCP em 2008, tendo liderado estes dois bancos entre 2005 e 2012.

À imagem de Armando Vara, também Carlos Santos Ferreira foi nomeado para o banco público por Fernando Teixeira dos Santos, nomeado ministro das Finanças de Sócrates, após o pedido de demissão apresentado por Luís Campos e Cunha, que, confessaria mais tarde, foi pressionado quase desde o primeiro por José Sócrates para trocar a administração do banco público.

Depois de vários testemunhos que, a pouco e pouco, vão permitindo construir e perceber o que se passou na banca e que imputou vários milhares de milhões de euros em custos aos contribuintes, agora chegou a vez de Patrick Monteiro de Barros trazer mais algumas peças para um puzzle que ganha forma.

“Financiaram-no [Berardo] para que ele pudesse adquirir acções do BCP, para fazer parte de um núcleo que iria dominar o banco na linha imposta pelo primeiro-ministro de então, José Sócrates, razão pela qual ele pôs lá os seus homens de confiança, que saíram da Caixa para o BCP”, detalha o empresário ao Jornal E.

“Quem foi colocado à frente do BCP? Carlos Santos Ferreira e Armando Vara. Portanto, ao Joe Berardo propuseram-lhe uma operação. Ele não teve risco nenhum, não deu garantias nenhumas, mas aquilo correu mal. Tão simples como isso”, acrescentou ainda Patrick Monteiro de Barros sobre o “racional” da cedência de centenas de milhões de euros a Berardo sem qualquer garantia. “A partir do momento em que o Governo domina a Caixa, que é o banco do Estado, e também o BCP, que era o maior banco privado, eu acho que as coisas estão feitas.”

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