quarta-feira, 31 de julho de 2019

O PS é uma família perigosa.

O padrão repete-se vez após vez, caso após caso. É um padrão que mostra como a mente de José Sócrates não é a excepção dentro do Partido Socialista.

Sim, Sócrates cresceu neste ambiente socialista que se julga mesmo acima da crítica e que ameaça quem questiona ou desafia o partido, perdão, a família socialista que atua em Portugal como um conjunto de barões que se julga dono do país. Mesmo sem maioria absoluta, os socialistas comportam-se como proprietários de Portugal. Esta história das golas inflamáveis demonstra isso pela enésima vez. O poder corrompe. Com a excepção de dois breves períodos (Durão/Santana e troika), o poder tem sido do PS desde 1995. Isto criou uma geração de pessoas que só sabe estar no poder e que só sabe ganhar vida a partir do Estado. Dir-me-ão que os outros partidos, PSD e CDS, também têm corruptos e nepotistas. É verdade, mas PSD e CDS têm uma coisa que escapa ao PS: a maioria das pessoas dos partidos à direita ganha a vida na economia real, nas empresas do sector privado, estão menos dependentes dos empregos do Estado e da consequente corrupção ou nepotismo. É esta dependência do Estado que torna o agente do PS tão perigoso.

O desplante total da história das golas antifumo mostra esta mente corrompida pelo poder e pela necessidade monetária do esqueminha. Temos aqui um agente local do PS (Arouca) a usar o seu poder junto do Governo para criar um negócio estatal em benefício de uma empresa criada por artes mágicas há poucos meses por pessoas do PS. Ora, estes agentes locais e desconhecidos do grande público seguem aqui o exemplo que vem das elites do PS, que, como se sabe, contratam familiares e amigos próximos numa base regular. É incrível a falta de mundo das pessoas do PS, que só conhecem e só contratam pessoas do PS, pessoas que vivem no círculo protegido do poder, que dependem do poder e do Estado para ganhar a vida, pessoas que não sobreviveriam dois dias na economia real.

Sim, o PS é uma máquina de poder perigosa que funciona como uma família dentro do Estado e que usa o Estado em seu benefício pessoal. Ser do PS é a cunha derradeira, é ter sangue azul, um sangue azul que nos toma todos por parvos.

Henrique Raposo – Expresso

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